O dólar registrava uma grande valorização em relação ao real nesta quarta-feira (18), ampliando de forma significativa os avanços da sessão anterior e ultrapassando os R$ 6,25. Esse movimento ocorre enquanto os investidores continuam atentos ao aumento da aversão ao risco no Brasil e analisam também a decisão de política monetária do Federal Reserve.
O Federal Reserve reduziu 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros nos Estados Unidos. O custo dos financiamentos agora está na faixa de 4,25% a 4,50%, conforme era previsto. No entanto, deu várias mensagens rígidas (hawkish, demonstrando preocupação com a inflação) e indicou cortes de juros mais lentos no futuro, o que fortaleceu ainda mais a moeda americana.
Valorização do real em ums tendências promissora
Uma projeção de uma redução mais lenta nos juros é um fator favorável para o
dólar, ao aumentar os rendimentos dos títulos do Tesouro Americano
(Treasuries), complicando ainda mais as expectativas para moedas de mercados
emergentes em 2025. Qual é a cotação do dólar atualmente?
O dólar à vista terminou o dia com alta de 2,78%, sendo negociado a 6,2679
reais o maior valor nominal de fechamento já registrado.
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Como economizar 1.000 Reais em 30 DiasCotação actua do Dolar americano vs Real
Na terça-feira, o dólar à vista fechou o dia com um avanço de 0,10%, cotado
a R$ 6,0982 na época, o maior valor nominal de fechamento da história.
O Banco Central realizará nesta sessão um leilão de até 15.000 contratos de
swap cambial tradicional com o objetivo de renovar os vencimentos previstos
para 3 de fevereiro de 2025.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou anteriormente que teve um encontro produtivo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mencionando que a aprovação do pacote fiscal na Casa depende apenas da chegada do texto após ser analisado na Câmara dos Deputados.
Acredito que existe uma crise de confiança. O mercado necessita de algo tangível para ajustar suas avaliações, pois não é convencido por discursos ou notícias. Após quatro sessões consecutivas com intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, nesta sessão não ocorreram leilões de dólares.
Na terça-feira, o Banco Central vendeu mais de 3,2 bilhões de dólares à vista em dois leilões, totalizando mais de 12,75 bilhões de dólares comercializados desde a última quinta-feira. As operações também incluíram leilões de linha, com compromisso de recompra. Essas intervenções apenas diminuíram momentaneamente a valorização da moeda americana.
Outro motivo para a disparada do dólar foram as altas taxas de juros projetadas para o futuro, refletindo o grande prêmio de risco do país, intensificado pelas preocupações fiscais internas, o que afastou a entrada de capitais estrangeiros.
Instabilidade e incerteza são desafios para o mercado, que trabalha com a precificação de riscos. No momento, isso tem provocado fuga de capitais.
O aumento no envio de remessas de empresas ao exterior, que se intensifica no final do ano, também contribuiu, gerando menor liquidez no mercado.
Enquanto o dólar já operava acima de R$ 6,20, ele recebeu um impulso adicional do cenário internacional. Autoridades do Federal Reserve previram à tarde um ritmo mais lento de relaxamento monetário para o próximo ano, diante de uma inflação persistente nos Estados Unidos.
Esse comunicado fortaleceu o dólar nos mercados globais, colocando pressão sobre moedas de países emergentes, enquanto os rendimentos dos Treasuries subiram.
Após a decisão do Fed e próximo do encerramento das operações, o dólar alcançou a cotação máxima do dia, de R$ 6,2702 (+2,82%). O valor mais baixo foi registrado logo após a abertura, em R$ 6,0942 (-0,07%).
O índice do dólar que avalia o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis moedas subiu 1,14%, alcançando 108,150 pontos.
Nesta sessão, o Banco Central vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional oferecidos em leilão para renovação de vencimentos programados para 3 de Fevereiro de 2025.
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